O bordado e a renda são o espelho da alma de quem os executa,
buscando inspiração na natureza de contrastes, agreste
ou suave, tons garridos e suaves do sertão.
A arte de
bordar nesta região do Rio Grande do Norte é sinônimo
da imaginação e da pureza criativa das mulheres
que vivem no mundo rural, bebendo da Natureza a inspiração
para a arte de bordar, espelho de sentimentos fortemente enraizados
no interior de cada bordadeira.
São
diversos os tipos de bordados executados pelas artesãs
do Seridó, desde os afamados e tradicionais bordados feitos
em peças de linho aos de algodão: toalhas, panos,
centros de mesa, lenços.
A arte de
bordar surge freqüentemente associada à arte de fazer
renda, rematando, com esta, a artesã o seu bordado, o que
complementa e enriquece a peça.
Ainda que
distintos, o rendar e o bordar completam-se, confundem-se, constituindo
um todo harmonioso e delicado, em que a imaginação,
a criatividade, a sensibilidade artística, o espírito
de observação e os sentimentos se misturam.
Os bordados
do Seridó caracterizam-se pelas técnicas artesanais
tradicionais aplicadas no linho e algodão. Podem ser encontrados
com freqüência produtos de elevada qualidade, com apreciável
perfeição e indiscutível beleza, destacando-se
remates primorosos.
O trabalho
de bordar é desde há muito uma tradição
familiar e que passa de geração em geração,
com introdução de novas formas de trabalho é
certo, mas sempre obedecendo aos princípios das tradições
artesanais.
Outras formas
de trabalho artesanal têm surgido no Seridó, fundamentadas
em algumas características dos ofícios e artes tradicionais,
mas acrescentando novos conceitos, através da inclusão
de novas gerações e a observação da
evolução das novas demandas que vêm dinamicamente
surgindo.
Não
deixa de ser motivador deixarmos correr a memória pelos
traços finos e bordados por mãos jovens e antigas
nos trabalhos elaborados, alguns mais atraentes para os olhos
experientes e críticos das gerações mais
velhas, mas outros atraentes às novas gerações
que afloram e buscam peças diferenciadas, de bom gosto
e delicadeza.
Em suma, uma
boa parte das artesãs da região trabalha em busca
de uma nova identificação para a imagem comum e ancestral
do trabalho artesanal, assegurando respeitosamente os traços
históricos que o artesanato procura salvaguardar da cultura
seridoense, mas contribuindo com novas formas e novos motivos.
VAGONITE
Você sabe o que é Vagonite?
O nome do bordado vem do tecido próprio para fazer os pontos
que lembram alinhavos. Passando sob e sobre os fios da trama do
tecido, linhas coloridas vão formando desenhos em estilo
geométrico, com infinitas variações.
Surgem, assim, entremeios elegantes e delicados, perfeitos para
toalhas de lavabo, lençóis, panos de prato ou enfeitando
barrados especiais em toalhas e jogos de cama.
Como lavar e passar vagonite?
Use água e sabão neutro. Lave comprimindo levemente.
Enxágüe bem, esprema com a mão e estenda até
ficar meio seco. Passe pelo avesso, enquanto ainda estiver úmido,
usando ferro moderadamente quente.
O Tecido:
O tecido indicado para bordar vagonite tem o mesmo nome do bordado,
vagonite, e é usado somente para esse fim. Pode-se usar também
o étamine.