A importância do Carboidrato Durante o Exercício

Profª Maria Claudia Colagrosi
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O combustível que utilizamos durante a prática de exercícios depende tanto da intensidade e da duração do esforço (ritmo e freqüência cardíaca), como da aptidão e do estado nutricional do indivíduo que irá realizar o exercício. É importante saber que há vários nutrientes que parti-cipam da demanda energética da atividade física. Os carboidratos, quando ingeridos, são transformados em glicose e armazenados na forma de glicogênio. A glicose plasmática (glicose sanguínea) é o combustível principal e imediato que utilizamos. Durante uma maratona, o nosso organismo utiliza cada vez mais a glicose plasmá-tica e, se esta não for reposta durante o exercício, o atleta poderá entrar em hipoglicemia, le-vando à fadiga muscular. Portanto, é preciso ingerir carboidrato durante o treino e competição. Caso o treino seja de longa duração e alta intensidade, se não ingerirmos carboidratos, nosso organismo irá procurar outro combustível, o qual será a proteína que está nos músculos, assim, haverá uma perda de massa muscular prejudicando o treinamento e o próprio corpo.

Imagine que estamos começando a correr uma Maratona... Quando iniciamos a corrida, quase toda a energia é fornecida pelo glicogênio acumulado nos músculos ativos, isto é, cerca de 40 a 50% da demanda; o restante da demanda é proporcionado pela desintegração das gorduras. Conforme os quilômetros vão passando as reservas de glicogênio sofrem uma redução e a energia começa a ser fornecida cada vez mais através do metabolismo das gorduras. Mas, é importante ressaltar que o combustível utilizado durante a maratona depende principalmente da sua freqüência cardíaca, pois, a fadiga ocorre quando o exercício é realizado até o ponto em que o glicogênio no fígado e nos músculos ativos sofre uma redução intensa, até mesmo quando existe oxigênio suficiente para os músculos e a energia potencial proveniente da gordu-ra armazenada continua quase ilimitada. Para nós, que estamos correndo a maratona, esta é a sensação de exaustão.

Durante a Maratona: com a alimentação rica em carboidratos durante o exercício com uma intensidade de 60 a 80% da capacidade aeróbica do indivíduo, o surgimento de fadiga é adiado por 15 a 30 minutos. Isto é importante para os corredores de maratona, pois nos indivíduos razoavelmente bem nutridos, a fadiga em virtude de um exercício moderadamente intenso o-corre habitualmente após cerca de duas horas. O efeito de uma ingestão de carboidratos con-centrados cerca de 30min. antes do momento previsto para o surgimento da fadiga (habitual-mente de duas a três horas no transcorrer do exercício, quando a glicose sanguínea e as re-servas de glicogênio são baixas) é semelhante àquele da ingestão regular de carboidratos nu-ma fase mais precoce do exercício. Essa refeição mais tardia resulta num aumento na disponi-bilidade de carboidratos e numa demora do surgimento da fadiga enquanto a glicose sanguí-nea atende as necessidades energéticas dos músculos ativos.

As refeições ricas em carboidratos durante a maratona contribuem para o metabolismo de uma forma que ou conserva o glicogênio muscular para utilizá-lo mais tarde, ou mantém a glicose sanguínea a ser utilizada depois quando o exercício progride e ocorre depleção do glicogênio muscular. Já uma dieta deficiente em carboidratos depleta rapidamente o glicogênio muscular e hepático e, subseqüente, reduz o desempenho durante a maratona. Sendo que os carboidratos, quando ingeridos, representam um nutriente energético pronta-mente disponível para os músculos ativos, é interessante que se faça uma ingestão de carboi-dratos durante o período pré-maratona e maratona tanto para retardar a fadiga como para se ter um melhor desempenho.


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