Durante muito tempo se considerou que esta qualidade de aptidão não fosse aprimorada pelos exercícios resistidos, devido à constatação de que o VO2 máximo não aumenta com esse tipo de treinamento. No entanto, verificou-se que corredores e ciclistas apresentaram melhora no desempenho em provas de fundo da ordem de 11 à 13 %, apenas com a inclusão do treina-mento com pesos. Tais resultados foram atribuidos aos aumentos nos níveis do limiar anaeró-bio. Duas hipóteses tentam explicar o aumento do limiar anaeróbio que acompanha a hipertro-fia muscular. Uma delas preconiza que atletas mais fortes poderiam realizar determinadas in-tensidades de esforço apenas com fibras vermelhas, enquanto que atletas mais fracos utilizari-am fibras vermelhas e brancas, produzindo lactato. A outra hipótese considera que em deter-minadas intensidades de esforço atletas mais fortes utilizariam menos do que 40 % da sua ca-pacidade contrátil, enquanto que atletas mais fracos utilizariam maior número de fibras, ocluin-do parcialmente a circulação e dificultando o metabolismo aeróbio exclusivo. Os exercícios anaeróbios , como a musculação por exemplo , propiciam emagrecimento no período pós-exercícios, quando toda atividade metabólica de síntese proteica e glicídica ocorre às custas de energia aeróbia proveniente, na sua maior parte, dos ácidos graxos do tecido adi-poso. Os exercícios resistidos são reconhecidos como os mais eficientes para modificar favoravel-mente a composição corporal. Para esse efeito, contribuem o aumento de massa muscular, o aumento da massa óssea calcificada, e a redução da gordura corporal. O principal determinan-te do processo de mobilização da gordura corporal é o balanço calórico negativo. Sendo o teci-do adiposo a principal forma de reserva de energia do organismo, compreende-se que quando faltam calorias na alimentação para suprir a demanda energética, ocorre mobilização de gordu-ra corporal. A contribuição dos exercícios físicos em geral para o processo de emagrecimento decorre do aumento no gasto calórico diário, e do estímulo ao metabolismo, cujos níveis de atividade ten-dem à redução durante dietas hipocalóricas. No caso dos exercícios resistidos, além desses efeitos, ocorre o aumento da taxa metabólica basal devido ao aumento da massa muscular. Acredita-se que a tendência das pessoas engordarem com a idade seja em grande parte devi-do à redução da taxa metabólica basal decorrente de perda progressiva de massa muscular. Numerosos estudos documentam redução do tecido adiposo estimulada pelos exercícios com pesos, nos mesmos níveis dos que ocorrem com os exercícios aeróbios. Alguns trabalhos su-gerem superioridade a longo prazo dos exercícios com pesos para o objetivo de redução da gordura corporal, em função do aumento da massa magra. O tipo de substrato energético mo-bilizado durante os esforços parece não ter maior importância no processo de emagrecimento, visto que ocorre interconversão metabólica entre êles no período que se segue aos exercícios. Quando uma pessoa realiza exercícios aeróbios ocorre mobilização de gordura durante a ativi-dade, cuja produção energética depende em grande parte dos ácidos graxos. Durante exercí-cios anaeróbios, como por exemplo os exercícios com pesos, a produção energética depende quase que exclusivamente da fosfocreatina e do glicogênio, visto que a via aeróbia paralela oxida basicamente glicose e ácido láctico. No entanto, os exercícios anaeróbios propiciam e-magrecimento no período pós-exercícios, quando toda atividade metabólica de síntese proteica e glicídica ocorre às custas de energia aeróbia proveniente, na sua maior parte, dos ácidos graxos do tecido adiposo. Um aspecto que pode ser mal interpretado quando se comparam os efeitos dos exercícios com pesos e dos exercícios aeróbios na redução da gordura corporal, é que o aumento de massa muscular pode compensar em peso a diminuição do tecido adiposo. Nesse caso, deve-se ter a consciência de que a composição corporal está mudando favora-velmente no sentido da saúde, da aptidão física e da modelagem do corpo.