Participar de competições, ganhar e sentir o gostinho de levar para casa um troféu não é um sonho restrito a quem treina desde a infância. Se o objetivo é competir pelo prazer, não profis-sionalmente, a idade não é um obstáculo. Mesmo depois dos 30 amos, a disciplina e a força de vontade podem render boas medalhas e até mesmo melhorar o desempenho profissional no ambiente de trabalho.
Para se tornar um atleta máster ou veterano, como é chamado o amador que começou a fre-qüentar as provas esportivas depois da terceira década de vida, o primeiro passo é fazer um check-up e abandonar o discurso de que a rotina é corrida e não sobra tempo para nada.
O check-up é o item obrigatório para se iniciar uma atividade física. Já que engloba o conheci-mento da taxa de colesterol e de açúcar no sangue do novo atleta é essencial para determinar o esforço físico ao qual ele pode se submeter.
Segundo o fisiologista da UNIFESP Turíbio Leite de Barros Neto, a pessoa tem de entender que o esporte é um investimento no corpo e quem entra com a intenção de competir precisa encarar a pratica com seriedade. Caso contrario é melhor nem começar.
Marcelo Baboghluian, especializado em medicina esportiva, lembra que, geralmente quem co-meça esta cima do peso, logo, é essencial fazer primeiro uma dieta. A ajuda de um treinador desde o inicio é fundamental para quem pretende ser um grande competidor. Esse profissional está capacitado para elaborar um treinamento adequado as condições do futuro competidor. No jargão médico, essa adaptação é conhecida como periodização.
Com esses cuidados, explica Barros Neto, é mais difícil ultrapassa o limite entre o beneficio e o prejuízo – o que, na pratica não é tão simples. Atletas profissionais quase nunca são exemplos de uma saúde perfeita, pois sofrem tendinites e torções com bastante freqüência.
Baboghluian lembra que o esporte feito de forma competitiva estimula a adesão à prática, tor-nado-o mais constante na vida do praticante, e por isto gera mais benefícios que a pratica de atividades físicas isoladas.
O reconhecimento é o principal prêmio a ser conquistado. Dietmar Samulski, psicólogo do es-porte, afirma que os competidores buscam um reconhecimento social, até porque, como ele lembra, os prêmios para os vencedores de competições máster são apenas simbólicos. Alerta também que competir pensando somente na vitória gera uma grande ansiedade, o que faz com que a pessoa corra um grande risco de se frustrar e de se machucar de forma grave. Mas, co-mo em qualquer esporte praticado em qualquer idade, a derrota pode vir a ser estimulante se a pessoa pensar em se superar na próxima competição.